FRAGMENTOS DE UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA

A educação passa necessariamente pelo contexto promotor das necessidades fundamentais do ser humano, enquanto cidadão. E por ser o homem, a inspiração máxima para elaboração de um conjunto de procedimentos que o loca dentro de um sistema social globalizado ou não, podemos então, dispor os elementos responsáveis pela manutenção da ordem e bem estar social. Os direitos fundamentais para que se possa atingir as condições de liberdade em igualdade a todos os indivíduos;Promover a inclusão de todo e qualquer cidadão dentro da política, economia, cultura e paz social;Reeducação social daqueles elementos que se manifestam de forma alheia à conduta social organizada; Liberdade para que o cidadão possa participar ativamente da vida cívica, a fim de promover o bem comum; O direito a não discriminação, seja qual for o motivo ou situação política; O direito à informação daqueles consumidores e usuários de qualquer que seja o bem; Conduzir de forma plena o acesso à saúde, cultura, lazer e exclusivamente da terceira idade. A nossa sociedade moderna difere daquela chamada antiga, em sua constituição polar que orienta a condição do homem, meio à mudança cultural que de forma desorganizada conturbou-se abrangentemente a partir da violação dos direitos fundamentais da pessoa humana. A sociedade moderna deve tratar de forma não somente contemporânea mas sim de forma a identificar os fatores norteadores do caos social que ora denigre e corrompe geneticamente civilizações, que emergem com valores puramente escrutinadores.Sabemos até o momento, que pouco se sabe a cerca da conduta humana, por mais que se faça estudo metodológico ainda não podemos construir um modelo que paralelamente conduza a jornada coletiva.Em nossa sociedade, a educação não é, e não pode ser responsabilidade exclusiva de alguns poucos segmentos, mas sim da sociedade como um todo, isto de forma contempladora para beneficiar o cidadão no grau individual e coletivo. A educação tradicional, também dita formal, oferece resistência por parte daqueles que contemplam sua busca. O tradicionalismo formal que deveria promover a informação cultural do homem, já não mais basta para atender as novas necessidades virtuais de caráter incluso do desejo do indivíduo.A revolução parece não ter atingido o segmento promotor da melhoria da qualidade de vida e conscientização humana. Se faz necessário, articular de forma global o novo perfil da educação, pois desta forma poderemos abranger sistematicamente aqueles que oferecem resistência ao tradicionalismo.A educação deve ser repensada em sua filosofia de conteúdo, não apenas por pedagogos e mais pedagogos, mas dentro do contexto social onde toda a sociedade possa participar não passivamente da reformulação dos métodos transmissores. A educação é algo que vai muito além do sistema escolar. Acredito até que a escola seja a instituição mais importante criada pela humanidade e por isso mesmo, deveria ser repensada em suas novas necessidades no mundo de hoje. Educação, é educar, aquisição, planejamento, competição, participação, coalizão é um agente promovedor de sustentação histórica.
A Visão Tradicional X Mudança Emergencial
Entidades várias, tentam reformular conceitos de modernidade, no entanto, não se comprometem em adequar os conteúdos que já historicamente foram abandonados por um contingente inexorável de pessoas que como meta, delinearam: Não a educação formal;A educação de adultos deve incluir necessariamente a terceira idade;Atender aos indivíduos desadaptados socialmente;Ação social educacional.Na verdade mesmo que alguns ou todos os itens estejam já contemplados, se faz necessário desmantelar o cartel que exclui de forma marginal os indivíduos que se encontram as margens do parâmetro social.Devemos contemplar a nós mesmos com uma educação social nova, que não somente tenta culturizar o homem mas fazê-lo promotor de transformações em seu meio e para a coletividade.A sociologia vê claramente que o abandono sistemático da periferia, na jornada social, cresce sensivelmente e desta forma o contingente de excluídos emerge assustadoramente, seja no país de terceiro mundo, seja naquele de primeiro mundo. Mantendo inalterada a identidade formal da educação jamais poderemos promover uma revolução de ideal e cunho social capaz de absorver plenamente a responsabilidade pelos desagregados que perambulam por todos os cantos de um mundo que determina agressivamente a soberania de poucos, em detrimento de tantos outros. Uma intervenção no sistema educacional somente será possível se ferramentas didaticamente propostas puderem promover uma mescla entre novas tendências e anseios por parte da sociedade.De acordo com as orientações da União Européia o pilar da educação do século XXI deve ser “aprender a viver juntos”. Quer dizer, a educação deve facilitar os cidadãos nas competições sociais e qualificá-los dentro de uma realidade real. Desta forma a constitucionalidade garantirá os direitos fundamentais e através da pedagogia social nova, haverá uma inclusão daqueles que por problemas sociais tradicionais se instalaram às margens do bem estar social. Devido ao grande déficit social se faz necessário uma reflexão conceitual referente à nova educação do século XXI que abrirá caminhos, juntamente com intervenções a aqueles que certamente implementarão o novo século. Mas isso somente será possível se ocorrer uma prevenção das causas geradoras que impunemente desagregam o Estado Social.A nova educação deverá promover uma varredura social e atender as demandas, que através da escola alcançará finalisticamente o desejo daqueles que não compreendem e/ou aceitam o modelo tradicional da escola.A desigualdade social começa dentro da própria escola e toma tamanha complexidade que a população infanto-juvenil não encontra apoio, pois aliado a esse tormento eles derivam de uma desagregação familiar, que por certo, desfigurou sonhos e desejos ainda em formação uterina.O sistema educacional deveria por excelência formar pessoas capazes de promoverem sua auto-ajuda de evolução para se adequarem às novas realidades globalizadoras.A pedagogia deverá ocupar-se daqueles excluídos, pois o que vemos hoje, é o desmantelamento social, onde o eu pessoal sobrepõe-se ao Estado de direito.O direito penal juvenil:Além dos dispositivos constitucionais, o estatuto da criança e do adolescente estabelece critérios para uma educação evolutiva, que prioriza a reeducação. O paradigma nova educação emergente à necessidade de implantação sistematizada para reeducar o jovem que por um motivo ou outro, cometeu um ato infracional, retomando assim a consciência da justiça moral. No Brasil hoje, está mais clara esta compreensão, mas ainda existem distorções sobre o sistema reeducativo que venha de encontro com as necessidades de um plano de ação pedagógica, orientado à criança com desvio de conduta.É dever do Estado promover uma ampla proteção de acordo com o estabelecido no E.C.A. Mas acredito que a reeducação dos infratores deve ser promovida por instituições que adotem uma clara filosofia enquanto proposta pedagógica para o trabalho, apoio, proteção e a reeducação ativa do nosso menor infrator.Entre aplicação e execução de uma pedagogia reeducativa:Podemos afirmar hoje, que o agregamento pedagógico e ações táticas que delineiam a reeducação devem passar necessariamente por uma avaliação que não somente vise a aplicação do método, mas avalie também o alcance da metodologia aplicada.É fácil observar que a pesquisa claramente mostra que a degeneração da estrutura familiar norteia a delinqüência, com isso, avançamos para um novo conceito, “o ante-social”. As ações do governo ainda são tímidas diante do conjunto dos excluídos e daqueles marginalizados, quer seja pela conduta, pela condição social, pela crença humanística, pelo determinismo, que seja pela simples fragmentação do poder econômico.A dimensão estrutural institucional:Do ponto de vista pedagógico a marginalidade é um fator de dissimulação social. E desta forma, o ambiente comunitário deverá sofrer radicalmente uma sugestão agressiva que impetre na cultura popular uma forma visional para manter o ambiente familiar, com base sustentadora da sociedade, explico desta forma, que não basta promover uma educação qualitativa, pois a escola somente não será capaz de promover valores que venham induzir uma reestruturação social. Longe de uma utopia classista, deveremos reinventar a sociedade do século XXI, e digo isso, por que desde o advento do satélite até a globalização, promovida pela rede mundial, ocorreu uma mescla desordenada nas diferentes culturas do mundo e até mesmo de forma permanente, onde o ser humano não foi capaz de assimilar tal complexidade, deixando assim que influências vindas de formas culturais diferenciadas pudessem agredir primeiro sua conduta moral e em última análise seus valores enquanto pessoa humana. Efeitos temporários e permanentes locaram-se em todos os segmentos da sociedade criando uma geração de dissimulados que instintivamente refizeram seus padrões culturais, morais e sociais.Pelo exposto, é imperativa a necessidade de restabelecer uma agregação cultural, partindo-se de uma nova educação que visa priorizar o cidadão, de forma que ele possa promover a nível individual, grupal e social uma transformação dos meios de aprendizagem.Destaca-se a necessidade do poder público em promover condições reais para esta reestruturação social, pois já não basta o discurso que culpa gerações passadas, já não basta coexistir com tantos fracassos, já não basta perpetuar uma revolução fracassada em seus métodos e paradigmas. É hora de conceituar canalizando a vontade do povo em se restabelecer historicamente dentro de uma plenitude que centraliza o homem como receptor único e exclusivo do bem estar social.
O Capitalismo X Problemas Sociais
A organização estrutural contemporânea, contempla o capital como bem único e exclusivo do bem estar social. No entanto, chega a ser imensurável os excluídos que de forma seletiva perambulam às margens do atual modelo capitalista. O Estado moderno preconiza que já é incompatível manter o modelo econômico atual e a progressividade de geração de excluídos que em crescimento geométrico já mostra interferências irreversíveis ao modelo atual. Os filhos do capitalismo se deparam diante de uma barreira constituída por filhos dos excluídos e desta forma observamos hoje que se cria uma cultura fragilizada, ou até mesmo, uma antecultura, com regras próprias e que se auto-estimulam pelo poder maior capaz de corromper o Estado organizado, “a corrupção ativa e passiva.”A transformação:Estamos vivendo uma verdadeira “Era” revolucionária, onde características contemporâneas tentam criar uma nova ordem política-social. Como se não bastasse, vivenciamos uma articulação progressa dos conceitos sociais que milenados, agora se desagregam numa atmosfera carregada e que conduz de forma definitiva uma onda que varre as tendências humanísticas.Esta tal transformação deve necessariamente atender aos diversos segmentos: econômico, político, cultural e o homem como elemento centralizador das inspirações que norteiam a conduta de desenvolvimento e melhoria na qualidade de vida.Poderíamos continuar nesta linha dissertativa onde buscamos uma integração coalizardora entre a pedagogia social e a reeducação cultural. Mas não o faremos. É necessário pois, que haja uma consciência superior que eleve em grau máximo a soberania democrática e a cidadania do povo. Não é mais hora de relermos o senso, não nos basta mais uma solução neoliberal. As reformas são necessárias. Mas reformar significa antes de tudo articular o planejamento, delinear o ante-projeto, buscar alternativas não excludentes e por fim priorizar um projeto de “Projeto de Ação Pedagógica.”
Edimilson Alves Pinto